Eu não estou aqui propositadamente fazendo a apologia do álcool, mas acho uma hipocrisia; uma ignorância generalizada, aquele que por motivo religioso, seja de qual religião for, fica condenando o álcool como se esse fosse uma invenção do demônio. Condenando, e criticando àqueles que bebem como se fossem pecadores e tivessem extrapolando os princípios celestiais.
Ser abstêmio é uma questão
de direito de cada um, agora querer fazer proselitismo sobre a bebida é uma
coisa muito diferente, é assinar um atestado de ignorância e faltar com o
respeito ao próximo. Afinal Deus nos deu o livre arbítrio; e conselho se fosse tão bom seria vendido e caro.
À bem da verdade nem a
Bíblia Sagrada condena o álcool; pelo contrário, ela estimula o seu uso. Como
pode ser visto a recomendação de Paulo a Timóteo em 5,23:
“Não continues a beber somente água; usa um
pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades”.
E qual o cristão que não
conhece o primeiro milagre de Jesus Cristo, quando
numa festa de casamento o vinho acabou e Ele que estava presente como convidado
para a festa, atendendo ao pedido de sua mãe, transformou água em vinho? E com
a turma já meia “chumbada” Ele fez 600 litros de vinho da melhor qualidade. “João
2.1.11”
Será que tem alguém ainda
com a coragem de dizer que era vinho sem álcool? E como se explica a bebedeira
naquela festa de casamento? Jesus, sua mãe e seus discípulos estavam lá. Quem
contesta isso? Ai seria o registro do atestado de ignorância, porque não existe
vinho sem álcool. Afinal, vinho é sinônimo de álcool e se sem álcool toma outro
nome, ou seja, suco ou refrigerante.
Portanto, a pessoa que não
gosta; não faz uso de bebida alcoólica, ou se esta lhe faz mal à sua saúde,
lembre-se que nem tudo que é ruim para um é ruim para todos. E com certeza, no
fundo do seu intento, gostaria de beber, mas não o faz porque é doente; não
sabe beber; não confia em si; ou é levado pela conversa dos outros. É muito
mais elegante dizer que não gosta de bebidas alcoólicas.
É de todo patente que a Bíblia
condena o excesso, mas não só o de bebida alcoólica, e sim de tudo. Todo
excesso é prejudicial, principalmente com relação àquilo que ingerimos. Quando
eu ouço alguém dizer: “Graças a Deus eu
não bebo nada”, vem à minha
mente o rifão de Galileu Galilei: “O
sábio dúvida, o sensato reflete, e o ignorante afirma”. Trata-se de um ignorante que não sabe refletir e se mete a
fazer a apologia do desconhecido e ser juiz de uma causa que não lhe pertence.
Como todo excesso, o álcool
é um malefício para a saúde como são os medicamentos que ingerimos em busca da
cura de doenças; tanto quanto os alimentos envenenados à venda nas feiras
livres; os refrigerantes, os conservantes que acompanham os alimentos
industrializados e até água, tomada com exagero, é capaz de matar; e tudo mais
que nos entra pela boca, desde que seja usado inadequadamente, poderá nos fazer
mal.
O álcool consumido de forma
moderada, pelo contrário, é um verdadeiro remédio. Mas o que é moderado? A ciência releva até 25
gramas, o que quer dizer, duas latinhas de cerveja, dois copos de vinho, ou
duas doses de bebidas. Fora disso, você pode ser considerado que bebe pouco ou
muito. Portanto, é de se saber que o álcool apesar dos seus malefícios comuns,
apresenta, também, o seu lado benéfico à saúde humana, e não é um demônio, como
os prosélitos gostam de pregar.
Evidentemente o organismo de
cada um responde de forma diferente, até mesmo a uma gota. Como certas doenças
como a doença celíaca faz com o consumidor de glúten que não pode sequer ver
produtos de farinha de trigo, cevada ou centeio. No entanto toma uma cerveja e
toma uma baita de uma dor de barriga, já vai falar que a cerveja tal não presta
que lhe fez mal. Mas o que lhe fez mal foi o glúten, presente em toda cerveja.
Se come um produto de farinha de trigo, e sente que os intestinos vão sair pela
boca, já pensa que é o macarrão ou a pizza que lhe fez mal.
Hoje, quando entrei no
açougue para comprar carne, o Sr. Waldomiro, mostrou-me um belo pedaço de carne
de boi, mostrando os dois pelos. E eu logo lhe disse: Levá-lo-ei e vou
degustá-lo com uma boa dose de João Cassiano!...
---- Mas o que é João
Cassiano Sô Armando?
-----É uma pinga da boa, lá
da minha terra...
-----Tô fora sô Armando... Tô
fora... Não bebo desse veneno... Na minha casa somos crentes, e crente não mexe
com isso, não bebe graças a Deus!
Pensei: Eu também sou crente
em Deus, sou católico! Ou o Deus dos outros crentes é diferente? Santa Ignorância! Meu
Deus!
Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.
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