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quarta-feira, 30 de maio de 2012

A LIRA DOS MEUS DEZOITO ANOS.



Busca-me, o tempo, o ano de 1964. Ano que mexeu fundo na minha cabeça. Foi quando completei dezoito anos de idade. Eu estava há muito tempo esperando a chegada desse tempo. E ele chegou. Chegou como um vendaval tempestuoso, desconectando meus neurônios da frequência do meu cérebro. ----- E essa presença, tão desejada da maioridade penal, chegava sem pena, fazendo com que a agulha da rosa-dos-ventos que orientava o meu mar de ideias se entortasse e desentortasse a cada momento. -----

Eu sei que eu me senti perdido! Eu queria fazer tudo em um só dia. Queria conhecer a zona boemia. ---- Ah! A zona boemia!... --- Entrar no cinema e assistir aos filmes proibidos para menores; --- entrar em um bar e pedir uma cerveja sem o dono da casa perguntar pela minha idade. ---- Queria que alguém me visse calado, ficar na rua pela madrugada. ---- Isso deveria ser muito gostoso.

Meu pai, Zé Delminda, como era representante do Juizado de Menores, cobrava de mim o exemplo. A partir de agora, ele não iria querer criar um filho escondido dentro de casa. Certa vez, eu o ouvi dizer que criar filho homem é bem mais fácil. Dizia ele: “Quando eles crescem a gente solta. Já com as mulheres, é diferente. Elas crescem e a gente prende”. ---- Como os tempos mudam!

Coitado do meu pai! Fosse vivo hoje, iria ver o quanto estava enganado. As moças, atualmente, estão mais soltas do que os rapazes.

Não me passou pela cabeça que, dali para frente, as minhas responsabilidades aumentariam. Eu já poderia ir preso. ---- Ser chamado de vagabundo, se não fosse visto trabalhando, etc. ----- Os deveres, eu não os anotei; quanto aos direitos à liberdade, aí sim, já fiquei atento. Já me imaginava sem a vigília dos meus pais.

Eu estaria livre do olhar sorrateiro do Sebastião Salviano na portaria do cinema. ---- E da especulação do Zé Bolinha, dono do meretrício. Se alguém perguntasse a minha idade eu estaria mostrando a minha cédula de identidade como se fosse eu um coronel.

Dali para frente, eu seria maior, seria gente grande e os menores de idade, já metidos a grande, iriam morrer de inveja de mim...

Uma semana depois, resolvi trabalhar em um bar e restaurante que existia às margens da rodovia Fernão Dias, na cidade de Oliveira. Agora, eu era dono do meu nariz e, com certeza, seria mais notado em uma cidade estranha podendo trabalhar, ganhar meu dinheiro, enfim, viver a minha independência.

O restaurante tinha três turnos de funcionários. Cozinheiros, garçons, faxineiros, caixas, etc. Eu estava entre eles e passava as minhas horas de trabalho enfiado em um enorme avental azul, camisa branca e calça preta à frente de uma grande máquina de coar café. E como me usavam como uma espécie de coringa, eu estava, volta e meia, na cozinha a ajudar e assistindo à lambança dos cozinheiros: Dico, Zé Preto e Zéferino.

 Havia alojamento no local de trabalho. Entretanto, um grupo desses empregados resolveu alugar uma casa na cidade e eu, mais do que depressa, candidatei-me a uma vaga. Cada um comprou a sua cama. Ali, era só para dormir.

No dia da grande estreia a turma mais orientada já tinha os seus buracos de cobra e eu, ainda não! ------ Naquela época, eu estava como uma borboleta que se escapava da crisálida buscando asas ou um anuro em sua metamorfose final, doido para pular.

Chegou ao meu conhecimento que na Rua dos Cabrais, na periferia da cidade de Oliveira, havia um salão de gafieira.

Assim, me lambuzei de brilhantina Glostora, perfume Lancaster, desodorante Gessy, cigarros Mistura Fina e me empanei em um terno preto, adquirido em um consórcio de doze parcelas, do Chiquinho Alfaiate.

Observei-me no espelho. Eu me achei lindo e, logo, parti. ---- Parti para o pombal à busca da caça.

Tão logo cheguei, observei que se tratava de um salão existente no quintal de uma casa residencial. A entrada era por um corredor que dava voltas, parecendo um caramujo. A comunidade era toda negra. Apenas eu tinha a pele branca. Na entrada do salão, havia uma mulatona vendendo churrasquinhos e cachaça da marca Âncora. -----  Eu, de cara, tomei uma boa “lambada” de pinga e comi um churrasquinho. Na ponta do corredor, um negão vendendo as entradas. Paguei e entrei no salão. Olhei para um lado, olhei para o outro. Não conhecia ninguém. ---- Avistei, junto a uma pilastra, uma neguinha tão chique que faria inveja a Escrava Isaura.

Resolvi, então, chamá-la para dançar ao que ela aceitou prontamente. ---- E como eu já teria tido uma experiência nos passos de boleros, eu quis bancar o “gostosão” da paróquia, mostrando a minha habilidade ----- Rodopiei e corrupiei no forró.

Dado algum tempo encostei-me a um canto do salão para tomar um bom papo com a cabrita. Mas, até então, papo de santo. Só o pensamento era ruim. O comportamento era bom.

Em um relance, eu vi se aproximar de mim um negão do tipo, Toni Tornado. Aí, vi o caldo entornado. ----- O cidadão me pegou pelo colarinho, levantou-me como se levanta uma pluma. Dei uma olhada angustiada e vi o bufado de pinga sair pela sua bocarra e pelo nariz grosso e carnudo, debaixo de uns olhos arregalados e vermelhos:

---Some daqui, branco! Aqui, não tem lugar para você, rapaz!

---Moço, mas, eu não fiz nada!

---Não fez ainda, só que tá pensando em fazê né?! Isso aqui não é zona, viu!

---Mas, ele não fez nada não, Tio Amaro! --Interveio a cabrita. Ele é gente fina!

---Só que eu não gosto de branco!  ----- Disse o negão...

Pois é! Vejam só: Eu que nunca fui racista fui colocado para fora e, ainda por cima, chamado de branco! Tem base? ----- Diria o meu primo Vicente. ------ Afinal, que culpa eu tenho de ter nascido branco???!!!

Armando Melo de Castro
Candeias MG Casos e Acasos.


domingo, 20 de maio de 2012

A VIRGINDADE DA ILDA.


                                                   Foto apenas para ilustração


 sessenta  anos, mais ou menos, quando eu contava pouco mais de dez anos de idade, o cenário rural de Candeias era totalmente diferente. Lembro-me de que os roceiros não circulavam muito na cidade. O homem do campo ficava retido, maior parte do tempo, no seu habitat natural e, ao invés do barulho das máquinas, ouvia o canto dos pássaros. ----- 

Uma grande parte deles vinha à cidade somente por ocasião das festas religiosas: Semana Santa e/ou Festa do Rosário. Outros, nem nessas oportunidades, apareciam. O meio rural era bastante produtivo e quase suficiente para abastecer a cidade de grãos e carnes. 

Pouca coisa vinha de fora. Muitos ruralistas compravam apenas sal para o gado do qual se guardava, também, para o uso doméstico. Não existia o sal iodado e refinado de hoje, motivo pelo qual era comum depararmos com pessoas das roças portadoras do bócio (hipertrofia da glândula tireoide), o popularmente chamado papo. A partir da lei que obriga as indústrias a colocar iodo no sal, esse mal desapareceu da nossa população.

A gente conhecia, de longe, uma pessoa que chegava da roça após ter passado uma grande temporada sem vir a cidade. Aquele jeitão de tabaréu era sentido de longe pelo povo da cidade. Existiam diversas casas de comércio na zona rural, as chamadas “vendas”. E o que faltava nessas vendas era levado como encomenda pelos caminhões leiteiros. 

O pessoal mais antigo não falava farmácia e sim botica. Lembro-me da esposa do Sr. Ulisses que morava em uma casa velha, quase no final da Rua Pedro Vieira de Azevedo. Era uma mulher magra, alta, rosto todo trançado de rugas, vestida sempre de preto, com um vestido quase arrastando ao chão e que dizia para a minha tia Eliza, sua vizinha: “Eu num bebo remédio de botica, nem vê! Isso num vale nada e pode até matá a gente.”.

Nesse tempo chegou da zona rural, de mudança, para a cidade, uma família que morava que veio morar numa velha casa na Rua Coronel João Afonso. ----- Marido, mulher e uma filha solteirona que se chamava Ilda.  -----A moça, quando viu que não arranjava o noivo lá na roça, deu de cima do pai para vir para a cidade alegando que ele andava muito doente. 

Era um cidadão grosso, moreno, de uns setenta anos, mais ou menos. Boca sem dentes, um bigode, tipo Cantinflas, e uma barba de bode. Tinha um tremendo pigarro devido ao uso excessivo do cigarro. Trazia no bolso traseiro das calças pega-frango uma cabeça de palha para cigarros. Era meio risão, mas quando ria era interrompido por uma tosse seca que quase lhe fazia perder o fôlego. Falava de um jeito engraçado e eu ficava sempre escutando e apreciando o seu jeito de ser, envolvido no meu silêncio de menino, proibido de entrar na conversa dos mais velhos.

Ele era amigo do meu avô João Delminda e como ele estava sempre assentado num tôco à porta de sua casa,  ele sempre cercava o meu avô para um bate-papo. 

---Ê, João Derminda, ocê num imagina que sofrimento é o meu, aqui, na cidade, sô! Se num fosse a tentação da minha fia, pra vim pra cá eu tava quitinho lá na roça. Ela tanto me isquentô pra vim por causa da minha perringuice, que eu acabei vino. Mas eu acho que tô ficano ainda mais perrengue aqui sô! A vida na cidade é muito custosa.

---Mas, o que foi Sebastião, o que te aborrece?

---João! Tudo por aqui é mais difici. Cê imagina! Aqui na cidade é tudo a peso dos cobres. Lá na roça, a luiz de lamparina saía baratinha. Água é o quanto Deus dá; Lenha era só catá ou rachá. Pegava uns pexes, matava uns bicho, tirava um leitinho, prantava uma rocinha; vindia um bizerro e com isso ia viveno.

---Mas, é que você ainda não se acostumou por aqui, Sebastião. A vida aqui não é tão difícil assim não.

---Cê tá doido, João! Cê qui pensa. A Irda, minha fia, já é uma moça véia e foi só chegá, aqui na cidade, que já tá com o fogo aceso. A minha muié inventô de toma banho todo dia e a fia tamém. A Irda fica infiano umas coisa na cabeça dela. Lá na roça, que a água era dada, elas popava, divéra, aqui, que é pagado, elas nada e rola.
Os preço é tudo pra hora da morte. Um pesinho de arface tá custano quinhentos réis. Um môio de cove, o memo preço! Isso tudo lá na roça era dado. Um franguinho quarqué tá custano um absurdo. Tá tudo custano o ôio da cara. ---- Eu aluguei lá na roça e tô veno que num vai dá pra eu vivê aqui, meus cobrinho lá vai indo tudo imbora.

---Calma, Sebastião, que tudo se ajeita.

---Num ajeitá não, João. Já vi qui não. A Irda, minha fia, lá vai disimbestano pur causa de home. Tá pareceno qui nunca viu esse bicho. Agora danô a pintiá cabelo, passá pó de arrois e andá com a boca vermeinha de batom. Esse trem num me agrada nem um pingo! E a muié dá asa. Fica falano que se ela num se ajeitá vai fica véia, sem casá. Eu iscutei, aí prá dentro, que ela já tá enrabichada num tal de Zé Galinha. Ocê conhece esse moço, João? Ele é bão?

---Olha, Sebastião, eu não o conheço direito, mas ele é famoso na cidade.

---Famoso?! Que fama que ele tem?

---É! Já foi preso, suspeito de ter arrombado o Banco de Crédito Real, vive acompanhando parque de diversão pelo mundo afora. Vive enchendo a cara de pinga. Já trabalhou num circo e aprontou por lá. Dizem que ele levou uma sova de ficar com o couro quente. Gosta de fazer mágicas, enfiando palitos de fósforo no nariz e soltando pela boca e ainda cuspindo fogo. Toma uma dúzia de ovos cru. Já conseguiu dar 38 peidos, um atrás do outro em troca de cerveja. E chama Zé Galinha por ser uma verdadeira raposa nos galinheiros da cidade.

---Danou-se! Danou-se, João do céu! Nessas artura, a pureza da Irda já foi prus inferno. E esse caboco é o diabo. Quera Deus ele já num tê atrapaiado um monte de moça de famía puraí...  Aí a Irda, sem duda, já rodô tamém...

O velho sebastião morreu pouco tempo depois dessa conversa com o meu avô!

Armando Melo de Castro

Candeias MG Casos e Acasos

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A LINGUIÇA DO DIONÍSIO


              








ESTE TEXTO FOI TRANSFERIDO PARA O LIVRO CANDEIAS MG CASOS E ACASOS.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O BICO DE LAMPARINA



A medicina é uma ciência que tem por objetivo evitar, curar ou remediar uma doença. Infelizmente, nem todos que se encontram envolvidos na medicina são pessoas responsáveis. Comumente, estamos vendo, por aí, erros médicos fazendo com que pessoas, ao invés de serem curadas dos seus males, estão voltando do tratamento médico em um estado lânguido, ainda pior de como se encontravam antes, como foi o caso ocorrido com minha sobrinha, na semana passada. 

Após sofrer um pequeno acidente de motocicleta, foi atendida em um pronto socorro, na cidade de Formiga, onde recebeu alguns pontos na perna acidentada sem, contudo, ser providenciada a limpeza necessária do local sendo, posteriormente, feita a costura do ferimento contendo resíduos de areia. Por pouco, muito pouco, a paciente, de trinta e nove anos, não teve a sua perna amputada. Ainda assim, salva ficará com inevitáveis sequelas. Isso é lamentável. Isso é doloroso.

Já não bastasse isso, aparecem, constantemente, esses picaretas na televisão prometendo curas em nome de Jesus Cristo, sendo que o dinheiro que afanam, talvez, fosse mais objetivo na cura de um mal. Afinal, para receber uma cura por intermédio de Jesus Cristo, basta suplicar ao Filho do carpinteiro. Entretanto, como os vigaristas são bons de papo, acabam cobrando mais do que uma consulta médica dos pobres ignorantes que frequentam essas igrejas mercenárias.

De outra forma, estão por todos os cantos os charlatões raizeiros com as suas garrafadas cujas raízes ninguém saberia identificar.

Nos últimos tempos, podemos verificar o aumento de erros médicos. Esses, embora menos divulgados, são quase sempre acobertados por um diploma que, não poucas vezes, nem sempre concluído pela maneira formal e ortodoxa. Na mesma proporcionalidade, aumenta, também, essa epidemia de maus religiosos vendendo curas nas igrejas. Sem contar na proliferação de raizeiros que não curam sequer os seus males, propondo curar os males dos outros.

O bom seria não adoecer. Todavia, como a doença está entre os desígnios de Deus, cumpre-nos colocar as nossas vidas em Suas mãos, porque a Bíblia Sagrada que acolhe o médico, o pastor e o curandeiro, não está sendo levada a sério por grande parte desses designados. A saúde do ser humano tem sido vista como fonte de dinheiro, quando antes era, absolutamente, um sacerdócio.

Mas, com tudo isso, é inegável que já foi pior. É duro dizer isso, mas é uma verdade. Antigamente, os médicos não se dispunham dos recursos de hoje. A cura de uma doença era como um alvo que deveria ser acertado. A prova maior disso é que a média de vida aumentou no mundo inteiro. Não fossem os maus profissionais, somados ao mercenarismo, seria a medicina, com certeza, uma das maravilhas da vida.

Há cinquenta anos, em Candeias, dispunha-se de dois médicos. O Dr. Zoroastro Marques da Silva e o Dr. Renato Vieira. O primeiro era um filho da terra, descendente de família da melhor gema candeense. O segundo, que era da região do Triângulo Mineiro, casou-se, em nossa cidade, e, por aqui, passou maior parte de sua vida até à morte. Ambos exerceram uma medicina sacerdotal e colocavam a vida humana em primeiro lugar. Muitas vidas foram salvas pelas mãos desses dois médicos, diante de parcos recursos disponíveis na época. 

Nesta oportunidade, registro um voto de louvor a esses dois profissionais da medicina que, por aqui, labutaram em uma época na qual Candeias nada lhes havia para oferecer a não ser pessoas doentes.

O outro ponto de apoio para a cura de doenças era um curador, já citado neste blog, chamado Chico do Viriço. É verdade que a ignorância sempre andou a cavalo. Contudo, em Candeias, naquele tempo, ela foi vista não só a cavalo, mas de carro também. Na porta do Chico do Viriço, eram vistos carros de placas de cidades distantes, inclusive, de outros estados. O pau-de-amarrar-cavalo fincado, à sua porta, andava abotoado. Chico era o patrono da ignorância. Fazia todo aquele teatro na sala de sua casa e, posteriormente, vendia uma garrafada por cinco contos de réis, o que lhe proporcionava andar com os bolsos cheios.

Certo dia, um rapazinho, na companhia de seu pai, apareceu mancando na sala de curas do Chico. Quando alguém chegava, o pseudo curador puxava um papo e, dessa forma, fez com o recém chegado:

---Uai, sô, que qui foi isso? Que manquera é essa?

---É, Sô Chico, eu num to bão, não!

---Mais vai ficá, uai! Aqui é o lugá que o nego entra ruim e sai bão! Mais o que qui tá te amolano?

Nisso, o pai do moço cochicha nos ouvidos do Chico que dá uma risada maldosa e diz:

---Danou. Isso aí é brabo. O trem dele é mais cumpricado! Nóis vai lá pru quarto. Eu vô oiá isso é lá...

Quando era um caso mais complicado, Chico levava o paciente para um quartinho contíguo, mais discreto. Entretanto, lá de dentro, falava alto como querendo que as demais pessoas tomassem conhecimento dos seus diagnósticos:

---Pó descer a carça! Num pricisa ficá com vergonha, não!

Após verificar a infermidade, dá o seu diagnóstico:

---Oh! Eu vô falá procê, isso aí é coisa pá dotore. Num tá nas minha mão, não. Isso aí chama bico de lamparina e pricisa de cortá o bico. O seu bico de lamparina tá encabrestado, inchado e inframado. O dotore passa a faca aí, rebenta esse cabresto e aí ocê pode até fazê fio se quisé. Isso aí é coisa atôa. Eu até sei corta, mas é mió ocê ir lá im Camp’Belo. Lá eles tem uma tisôra própria e corta isso aí, nunstantinho.

Depois dessa, o rapaz, acompanhado do pai, saiu sem mancar, amarelo feito um asafrão, desconfiado feito um rato, assustado feito um gato enquanto, entre os presentes, ficava o comentário:

---Bico de lamparina? Que doença é essa?

E um outro, mais esclarecido, responde:

---Acho que é trombose! Quer dizer, fimose!



Armando Melo de Castro
CandeiasMG – Casos e Acasos